quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Memórias de música - 2 (actualizado)

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[...]
Lava bancos e empresas
dos comedores de dinheiro
que dos salários de tristeza
arrecadam lucro inteiro

Lava palácios vivendas
casebres bairros da lata
leva negócios e rendas
que a uns farta e a outros mata
[...]


Publicar memórias de música teria que começar por aqui. Ajusta-se aos tempos que vivemos.
Sobre o Adriano outros poderão dizer de sua justiça. Eu digo simplesmente que gosto.

Este post cresce agora com o comentário que o meu amigo João Balseiro teve a gentileza de enviar.
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Que nunca mais
É um disco de 1975, o primeiro editado por Adriano Correia de Oliveira depois do 25 de Abril.
Adriano depois de ter cantado Manuel Alegre em dois discos faz o mesmo neste disco com Manuel da Fonseca. Todos os textos são deste escritor e poeta do neo-realismo e todas as músicas são do Adriano.
Este é um disco desequilibrado. Com fortes influências da época, algumas canções são bastante panfletárias exemplos: as balas, no vale escuro, dona abastança e prà frente, mas com 3 pérolas na obra do Adriano: Tejo que levas as águas, tu e eu meu amor e cantiga de montemaior.
A direcção musical é de um grande nome da música portuguesa: Fausto e para além de Júlio Pereira nos acompanhamentos tem a participação raríssima de Carlos Paredes. Creio mesmo que Mestre Paredes só participou neste disco de Adriano dada a enorme consideração que existia entre os dois.
Adriano Correia de Oliveira é um cantautor injustamente esquecido.
Que nunca é demais ouvir.



Sem comentários:


Um blogue de
M. Rocha Carneiro

As Memórias de Música

As Memórias de Música são breves textos que nos recordam música que de alguma forma foi marcante no nosso panorama musical. Todos os artigos podem ser encontrados agrupados sob a respectiva etiqueta.