terça-feira, 31 de março de 2009
Corrupção para acto lícito
Passem cinco anos e fica tudo bem. Encane-se a perna à rã e toda a gente se safa... Cá vamos prescrevendo e rindo.
quinta-feira, 26 de março de 2009
terça-feira, 24 de março de 2009
Caiu na caixa e na "mouche"
"Desculpem, não tenho soluções
Mário Crespo ("Jornal de Notícias")
11h22m
Ouvir dizer ao mais alto nível do Estado que não há soluções para o horror do desemprego é ouvir dizer que o Estado faliu. Meia centena de trabalhadores despedidos de fábricas em Barcelos e Esposende tiveram essa experiência de anticidadania. Numa visita, o presidente da República foi confrontado com um grupo de desempregados que empunhavam cartazes pedindo ajuda. Foi ter com eles e disse-lhes que não tinha nenhuma solução para os seus problemas.
Para um chefe de Estado é proibido dizer isso aos seus concidadãos e depois embarcar num carro alemão de alto luxo e cilindrada, acenando, apoquentado, aos que nada têm.
É isso que faz querer que os ricos paguem as crises.
Só se é chefe de um Estado para trabalhar na busca de soluções e encontrá-las. Sem isso não se é nada. Ser presidente em Portugal não é um cargo ritual. O presidente tem nas mãos ferramentas poderosas para influenciar o destino do país. Pode nomear e demitir governos, chamar agentes executivos e executores, falar aos deputados sempre que quiser, reunir conselheiros, motivar empresários, admoestar ministros e deve, sobretudo, exigir resultados. Ser chefe de Estado em Portugal inclui poderes executivos, e como tal, ter responsabilidades de executivo. Ao dizer que não tem soluções para as vítimas do descalabro que há três décadas estava em gestação no país onde ocupou os mais elevados cargos, o presidente da República dá à Nação a mensagem de que nem ao mais alto nível há o sentido da responsabilidade nem a cultura de responsabilização.
Ao dizer aos desempregados de Barcelos que nada pode fazer, o presidente diz a todo o Portugal que o Estado e o seu sistema não são mais do que um imenso círculo de actores autodesresponsabilizados que vão passando a batata-quente de uns para os outros. Depois destas declarações aos desempregados, o célebre letreiro "The Buck Stops Here", que Roosevelt tinha na sua secretária, não tem lugar na mesa de trabalho do presidente português. Com esse letreiro, que equivale a dizer que a batata-quente não passa daqui, Roosevelt lançou as bases da maior economia do Mundo das cinzas da grande depressão. Em Portugal, na maior depressão de sempre, o presidente diz que não tem soluções. Devia tê-las. Aníbal Cavaco Silva desde Sá Carneiro que participa no Governo. Dirigiu executivos durante a década em que Portugal teve a oportunidade histórica de ter todo o dinheiro do Mundo para se transformar num país viável. Mesmo com a viabilidade da economia questionada, Cavaco Silva, como profissional que é, regressa à política com uma longa e feroz luta pela presidência da República. Assumiu-se como a "boa moeda" que conseguiria resistir às investidas das "más moedas", na sua cruel pedagogia da Lei de Gresham, que foi determinante para aniquilar um governo do seu próprio partido e dar-lhe a chefia do Estado.
É um homem de acção impiedosa e firme, quando a quer ter.
Se o pronunciamento que fez de não ter soluções para esta crise foi uma tentativa de culpabilizar só o Governo, então foi de um insuportável, mas característico, tacticismo. Se foi sincero, então foi vergado pelo remorso, e anunciou que a sua longa carreira de político e de homem público chegou ao fim."
Mário Crespo ("Jornal de Notícias")
11h22m
Ouvir dizer ao mais alto nível do Estado que não há soluções para o horror do desemprego é ouvir dizer que o Estado faliu. Meia centena de trabalhadores despedidos de fábricas em Barcelos e Esposende tiveram essa experiência de anticidadania. Numa visita, o presidente da República foi confrontado com um grupo de desempregados que empunhavam cartazes pedindo ajuda. Foi ter com eles e disse-lhes que não tinha nenhuma solução para os seus problemas.
Para um chefe de Estado é proibido dizer isso aos seus concidadãos e depois embarcar num carro alemão de alto luxo e cilindrada, acenando, apoquentado, aos que nada têm.
É isso que faz querer que os ricos paguem as crises.
Só se é chefe de um Estado para trabalhar na busca de soluções e encontrá-las. Sem isso não se é nada. Ser presidente em Portugal não é um cargo ritual. O presidente tem nas mãos ferramentas poderosas para influenciar o destino do país. Pode nomear e demitir governos, chamar agentes executivos e executores, falar aos deputados sempre que quiser, reunir conselheiros, motivar empresários, admoestar ministros e deve, sobretudo, exigir resultados. Ser chefe de Estado em Portugal inclui poderes executivos, e como tal, ter responsabilidades de executivo. Ao dizer que não tem soluções para as vítimas do descalabro que há três décadas estava em gestação no país onde ocupou os mais elevados cargos, o presidente da República dá à Nação a mensagem de que nem ao mais alto nível há o sentido da responsabilidade nem a cultura de responsabilização.
Ao dizer aos desempregados de Barcelos que nada pode fazer, o presidente diz a todo o Portugal que o Estado e o seu sistema não são mais do que um imenso círculo de actores autodesresponsabilizados que vão passando a batata-quente de uns para os outros. Depois destas declarações aos desempregados, o célebre letreiro "The Buck Stops Here", que Roosevelt tinha na sua secretária, não tem lugar na mesa de trabalho do presidente português. Com esse letreiro, que equivale a dizer que a batata-quente não passa daqui, Roosevelt lançou as bases da maior economia do Mundo das cinzas da grande depressão. Em Portugal, na maior depressão de sempre, o presidente diz que não tem soluções. Devia tê-las. Aníbal Cavaco Silva desde Sá Carneiro que participa no Governo. Dirigiu executivos durante a década em que Portugal teve a oportunidade histórica de ter todo o dinheiro do Mundo para se transformar num país viável. Mesmo com a viabilidade da economia questionada, Cavaco Silva, como profissional que é, regressa à política com uma longa e feroz luta pela presidência da República. Assumiu-se como a "boa moeda" que conseguiria resistir às investidas das "más moedas", na sua cruel pedagogia da Lei de Gresham, que foi determinante para aniquilar um governo do seu próprio partido e dar-lhe a chefia do Estado.
É um homem de acção impiedosa e firme, quando a quer ter.
Se o pronunciamento que fez de não ter soluções para esta crise foi uma tentativa de culpabilizar só o Governo, então foi de um insuportável, mas característico, tacticismo. Se foi sincero, então foi vergado pelo remorso, e anunciou que a sua longa carreira de político e de homem público chegou ao fim."
quarta-feira, 18 de março de 2009
sexta-feira, 13 de março de 2009
Moreirices
"Não é preocupante, foi um caso pontual" "A arma estava descarregada, ninguém correu perigo"
Só falta dizer que são coisas de putos, brincadeiras de mau-gosto.
É assim que se começa.
"A directora Regional de Educação do Norte, Margarida Moreira, já desvalorizou o incidente na Escola do Cerco do Porto, considerando, em declarações à Lusa quinta-feira, que se tratou de "uma brincadeira de muito mau gosto, que excedeu os limites do bom senso"
Só falta dizer que são coisas de putos, brincadeiras de mau-gosto.
É assim que se começa.
****
"No dia 4, um aluno de Sernancelhe, de 15 anos, usou uma pistola com uma bala no interior para ameaçar um colega."****
"O programa ‘Escola Segura’ registou 140 situações de posse/uso de arma, num total de 7026 ocorrências, no ano lectivo 2006/07."****
"um vídeo, com cerca de 30 segundos, filmado com um telemóvel, que mostra um grupo de alunos a ameaçar a professora de Psicologia com uma arma de plástico, exigindo melhores notas.""A directora Regional de Educação do Norte, Margarida Moreira, já desvalorizou o incidente na Escola do Cerco do Porto, considerando, em declarações à Lusa quinta-feira, que se tratou de "uma brincadeira de muito mau gosto, que excedeu os limites do bom senso"
quinta-feira, 12 de março de 2009
segunda-feira, 9 de março de 2009
Memórias de Música - 8
“Pois Canté” surge em 1975 e é o segundo disco LP editado pelo GAC – Grupo de Acção Cultural.
Este disco transcende em muito a simples afirmação ideológica e panfletária que grassava na época.
Alguns elementos do GAC tinham formação etnomusicológica, outros do canto heróico brechtiano, outros ainda uma predisposição mais do que se poderia chamar cantiga.
A música tradicional, as recolhas na tradição de Lopes Graça e Giacometti já se fazem sentir neste disco. Ninguém queria cometer leviandades a encarar a fusão destes elementos todos, mas também ninguém queria deixar de intervir à sua maneira e com a sua realidade neste processo.
“Pois Canté” foi um disco revolucionário até no sistema de produção (do próprio grupo) e distribuição (que se fez em meios como colectividades, sindicatos e até de mão à mão)
O GAC já tinha como experiência centenas de cantos livres e a realização inúmeras sessões de recolhas por todo o país. Aliás “pois cante” ou só “cante” é uma expressão Beirã (Ílhavo?!?) que quer dizer “quem dera” ou “então não há-de ser”.
Neste trabalho do GAC encontramos os corais colectivos onde o mais importante era o grito de alerta ao Povo no tema como pois cante vocalizado por José Mário Branco e arranjo de sopros de Luís Pedro Faro. Cantiga sem maneiras com vocalizações de Toinas num fundo de gaita-de-foles. Cantiga do Trabalho e Coro dos Trabalhadores Emigrados da lavra de José Mário Branco. É ainda de referir o extraordinário Ir e Vir cantado por João Lóio.
“Pois Canté” abriu caminho para a integração da música tradicional num contexto mais socializado. É um dos discos mais importantes da música popular portuguesa. Inexplicavelmente nunca teve edição em CD e os discos de Vinil desapareceram do mercado e também nunca houve reedição.
“Casas sim! Barracas não! As casa são do Povo! Abaixo a exploração! Dificilmente estas frases atingiriam hoje em dia o alvo, mas não é menos verdade que nenhum outro grupo, antes e depois do GAC, teve a coragem e a frontalidade de as cantar.
O Cantar do GAC faz falta e infelizmente cada vez é mais actual o cantar de um grupo que acabou em 1978.
João Balseiro
domingo, 8 de março de 2009
Escola Pública de qualidade e choque tecnológico
Há alguns meses a opinião pública ficou chocada com esta menina:
É claro que, depois das "moreirices" regionais, há professores que arredondam as costas e esperam que passe a tormenta:
Dizia Marçal Grilo que difícil é sentá-los. Falta dizer que sem ouvir...
É claro que, depois das "moreirices" regionais, há professores que arredondam as costas e esperam que passe a tormenta:
Dizia Marçal Grilo que difícil é sentá-los. Falta dizer que sem ouvir...
sábado, 7 de março de 2009
Falta de carácter
Com que autoridade é que José Lello desce ao ataque pessoal a Manuel Alegre. Falta de carácter? Haja vergonha na cara.
Lellices
Segundo Lello, Cravinho tem um chorudo cargo internacional. (RTP N)
Antigamente havia a lei da rolha e hoje também existe, mas para os grandes é a lei do cargo. Toma lá um "chorudo" e cala o bico.
"Corrimões"
Começa a ser o caso de gastar cera em fraco defunto. Hoje é a polémica sobre os erros em software do Magalhães. Mas ainda recentemente encontrei estas "preciosidades" no sítio Ciberdúvidas da Língua Portuguesa:
Corrimãos ou corrimões?
Corrimãos ou corrimões?
1ª Resposta
[Resposta] Logicamente, o plural de corrimão seria apenas corrimãos, porque esta palavra é formada de correr+mão. Mas vulgarizou-se o plural corrimões por duas razões: por um lado, porque se perdeu bastante a noção de que em corrimão entra o elemento mão, cujo plural é mãos; por outro lado, porque há tendência para fazermos em -ões o plural das palavras terminadas em -ão.
Em conclusão: temos o plural corrimãos e o plural corrimões. Este último é o mais corrente.
2ª Resposta
[Resposta] Logicamente, o plural de corrimão seria apenas corrimãos, porque esta palavra é formada de correr+mão. Mas vulgarizou-se o plural corrimões por duas razões: por um lado, porque se perdeu bastante a noção de que em corrimão entra o elemento mão, cujo plural é mãos; por outro lado, porque há tendência para fazermos em -ões o plural das palavras terminadas em -ão.
Em conclusão: temos o plural corrimãos e o plural corrimões. Este último é o mais corrente.
2ª Resposta
[Resposta] Como poderá ler na resposta do dr. José Neves Henriques (Corrimãos ou corrimões?), a verdade é que o barbarismo "corrimões" vulgarizou-se, e como o hábito (ou o erro mil vezes repetido...) tem muita força todos os dicionários já regist[r]am um e outro plural...
Mas, tal como o prezado consulente, eu, pessoalmente, não uso o plural corrimões...
Mas, tal como o prezado consulente, eu, pessoalmente, não uso o plural corrimões...
3ª Resposta [Resposta] Aconselho a leitura da resposta de Edite Prada Sobre a formação do plural. De qualquer maneira, os plurais pedidos são os seguintes: paul – pauis jejum – jejuns oásis – oásis cãozito – cãezitos colher – colheres Quanto a corrimão, o plural deveria ser, em princípio, corrimãos, para manter a ligação à palavra mão, mas na realidade o que se usa e já está consagrado é corrimões (ler a resposta de José Neves Henriques Corrimãos ou corrimões?).
Já o dicionário Priberam:
corrimão pl. corrimãos ou corrimões de correr + mão s. m., peça ao longo de uma escada que serve para apoio a quem sobe ou desce; barrote que, nos navios, sustenta os balaústres e serve para encosto; mainel.
Já o dicionário Priberam:
corrimão pl. corrimãos ou corrimões de correr + mão s. m., peça ao longo de uma escada que serve para apoio a quem sobe ou desce; barrote que, nos navios, sustenta os balaústres e serve para encosto; mainel.
*********
Palavras para quê?
Subscrever:
Mensagens (Atom)