Quarteto 1111, é um disco editado em 1969. Foi estruturado em duas partes: o primeiro lado dedicado à emigração e o segundo ao racismo contendo nas entrelinhas muitas referências à guerra colonial. Como não poderia deixar de ser a censura retira-o do mercado três dias depois de estar à venda.
Este disco que tem o mesmo nome do grupo foi injustamente esquecido porque desapareceu rapidamente (mais rápido também era difícil) do mercado e tinha a antecede-lo um êxito estrondoso – o EP A lenda de El-Rei D. Sebastião.
Foi e ainda hoje é uma pena este trabalho ser tão pouco conhecido. Há aqui um festival de criatividade imenso, solos de órgão de um psicadelismo deslumbrante, baladas folk, notas jazzísticas de arrepiar e até Soul a lembrar o que se fazia nos estúdios Motown.
Era interessante saber-se hoje, o que aconteceu em 1969 aos portugueses que tiveram a ventura de ouvir este trabalho – deve ter ficado tudo parvo.
É bom recordar que em 1969, ouvia-se Pet Sounds dos Beach Boys, Forever Ghanges dos Love, The Piper at the Gates of Dawn dos Pink Floyd e ainda o já antigo, de 1967, mas magistral Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band dos Beatles.
Este disco, Quarteto 1111, é, na minha opinião, um irmão não reconhecido desta geração, apenas e só porque nasceu neste canto pobre da Península Ibérica.
Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band foi o primeiro álbum conceptual da história da Pop Music, Quarteto 1111 foi o primeiro biconceptual.
João Balseiro
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