Primeiro porque é um homem que tem um assinalável percurso de crescimento pessoal em consonância com o mudar dos tempos. Vital Moreira é um homem de sistema, sistémico, constante e fiel a sistemas, previsível.
"4 DE DEZEMBRO DE 1975 2875
O Sr. Vital Moreira (PCP): - Não respondemos a fascistas. Só respondemos à classe operária."
"4 DE DEZEMBRO DE 1975 2875
O Sr. Vital Moreira (PCP): - Não respondemos a fascistas. Só respondemos à classe operária."
Como desapareceu o sistema em que Moreira se revia, feito de Brejneves e gulagues, e porque Moreira é um homem de sistema, bastou adoptar outro, nomeadamente o socioneocapitalismo. E aí fica Moreira outra vez com um sistema para defender. Ao fim e ao cabo um fundamentalismo vale bem qualquer outro.
No nosso país, desde o atentado a D. José que ser vítima de um qualquer ataque é benéfico para a vítima, desde que sobreviva e as nódoas negras tenham desaparecido a tempo do telejornal das oito, claro. Eanes em Évora, Soares na Marinha Grande, quanto a Moreira no primeiro de Maio ainda não sabemos no que vai dar. Nada subjuga tanto a independência de pensamento como a crença em papões e inimigos míticos. Todos nos devemos unir contra inimigos comuns. O Bigbrother de Orwell precisava de amedrontar os cidadãos com um terrível inimigo comum. Lestásia ou Eurásia era indiferente desde que o medo do papão fosse real. Moreira, à semelhança dos ex-fumadores que se transformam em anti-tabagistas fundamentalistas, elege como inimigo a "esquerda anti-sistémica" ou a "esquerda radical". A conotação destes casos comezinhos com o pensamento de Orwell é feita sem querer de forma alguma ofender a memória do genial pensador de 1984.
Face aos desacatos do primeiro de Maio é vital que Moreira apresente queixa na PSP. A agressão e o insulto não são toleráveis no que deveria ser uma festa que bem podia passar sem arruaceiros provocadores.
Mudaram-se os tempos, Moreira de facto não mudou a não ser de penteado: o risco à direita substituiu o risco à esquerda. Seguramente isto não é significativo.
(Continua)
Face aos desacatos do primeiro de Maio é vital que Moreira apresente queixa na PSP. A agressão e o insulto não são toleráveis no que deveria ser uma festa que bem podia passar sem arruaceiros provocadores.
Mudaram-se os tempos, Moreira de facto não mudou a não ser de penteado: o risco à direita substituiu o risco à esquerda. Seguramente isto não é significativo.
(Continua)
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